A voz da alma
E às vezes
fala mais profundamente do que palavras.
Vivemos em
um tempo de inquietação, um tempo em que o tempo todo estamos cercados por
barulhos, sons, pessoas, e quando chegamos em casa e ficamos só, ficamos cercados
por TV, DVD, COMPUTADOR, CELULAR, AIPODE e todo tipo de tecnologia sonora de
modo que a cada dia mais não temos um tempo para ficar só, e nos aquietar e nos
ouvir ou apenas nos silenciar.
Ficamos o
tempo todo falando ou ouvindo alguém ou mesmo ouvindo nada de ninguém, mas não
ficamos apenas em silêncio.
Fico
pensando o que evitamos ouvir, ou o que temos medo de saber sobre nós mesmos,
porque ficamos tão agitados o tempo todo que nem sabemos quem somos.
As coisas
que fazemos, as comidas que comemos; as companhias a que nos submetemos e nem
sempre escolhemos simplesmente o fazemos e muitas vezes contrariados apenas
para não se sentir só.
Será que
temos nos tornado em tão péssima companhia para nós mesmos que evitamos a todo
custo a nossa própria companhia?
Devemos amar
ao próximo como a nós mesmo isso é mandamento do Senhor e será que é isso que
estamos equivocadamente fazendo quando nos damos por companhia aos outros
quando nós mesmo nos evitamos a todo custo?
Quando foi
que desfrutamos de nossa própria companhia com prazer pela última vez?
Quando
estivemos em companhia de outros e desfrutamos disso com prazer?
Escolhemos
nossas companhias e amizades ou apenas nos apegamos a qualquer pessoa
disponível apenas pra não ficar só?
Quantas
vezes nos submetemos a estar com pessoas que nada tem em comum conosco, até
decidimos fazer coisas que não concordamos, ir à lugares que não gostamos,
comer comidas que não apreciamos, suportar pessoas com hábitos que desprezamos
e depois ficamos chateados, infelizes e criticando tudo e com isso muito
pecamos.
A palavra de
Deus nos adverte que não é possível dois juntos andarem se não estiverem em
pleno acordo. Porém muitas vezes temos feito acordo com inimigo apenas para não
ficar só. Mas essa atitude tem nos custado a paz, a preciosidade de uma
verdadeira comunhão e mais que isso tem nos roubado violentamente a preciosa
comunhão com Deus.
Questionamos
porque temos nos sentido tão vazios e infelizes, descontentes, arrasados, mas
não analisamos a nossa conduta e não modificamos nossos maus hábitos.
À medida que
nos enchemos de pessoas vazias nos esvaziamos da presença de Deus. Podemos
estar cercados de pessoas, porém é grande a solidão que impera dentro de nós.
Buscamos
tantos recursos para resolver nossos problemas, por causa dessa ausência da
plenitude da presença de Deus somos acometidos de todo tipo de fobias e
problemas psicossomáticos e deixamos de desfrutar da vida plena que o Senhor
nos ofertou pra que vivêssemos.
Buscamos em
pessoas o que só o Senhor Jesus tem para nos dar e pagamos um alto preço para
não obter nenhum resultado, quando o que nos é pedido para fazer e nos é
oferecido de graça e pela graça, desprezamos.
Façamos a
nós mesmos o grande desafio de nos aquietar, nos observar ao invés de reparar
ao outros. Ousemos desfrutar de nossa própria companhia. Mais importante que
isso, devemos separar um tempo em meio a tanto tempo precioso que desperdiçamos
com pessoas e afazeres que nada tem nos acrescentado e nos lançamos à mais
preciosa e doce e necessária companhia: A companhia de nosso Senhor Jesus
Cristo.
Ainda que
assim meio sem jeito, sem saber o que dizer e nem como se comportar por nunca
antes ter feito isso, mas comecemos esse novo relacionamento tão necessário e
prazeroso, ainda que apenas fiquemos quietos, mas em sua presença, em silêncio
ou apenas murmurando palavra de amor a Ele.
Mesmo que
Ele nada nos fale, apenas fiquemos em tão doce companhia.
Seremos
preenchidos, curados, restaurados, fortalecidos, nos sentiremos como nunca
amados e isso n os livrará de tantos relacionamentos doentios, destrutíveis.
Relacionamentos que nada nos acrescenta ao contrário.
Escute o
silêncio mais do que multidões de palavras vazias, pois em meu silêncio ouvirás
e descobrirás coisas que jamais foi capaz e terá respostas necessárias para
desfrutar de uma vida plena e de comunhão com Deus, contigo e com o próximo e
aí sim terá se tornado em uma tão boa
companhia que jamais se sentirás só, mesmo que sejas a sua única companhia.
Dulcelene de
Jesus - Colunista do Ponto das Igrejas
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